é uma antiga freguesia portuguesa do concelho lousadense, com 10,38 quilómetros quadrados de área e 4 792 habitantes (censos 2011). Foi agregada a Barrosas Santo Estêvão pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Lustosa e Barrosas Santo Estêvão.
O documento mais antigo conhecido que se refere a Lustosa tem a data de 1059 e está inserido no livro de Mumadona. Trata-se de um inventário de omnes hereditates siue et ecclesias de Vimaranes (de todas as heranças e igrejas de Guimarães).


Se verificarmos os registos da Pré-História/Antiguidade constatamos a seguinte descrição. “Na sua fronteira com a freguesia pacense de S. Pedro da Raimonda (…) encontra-se, a 460 m de altitude, o castro de S. Gonçalo (…) que possuía três linhas de muralhas, separadas entre si por algumas dezenas de metros, para uma defesa mais eficaz das populações”, pode ler-se no livro Lousada Terra Prendada, 95.


S. Tiago de Lustosa foi o mosteiro que reedificou a rainha D. Teresa. Ora, se no tempo de D. Teresa, o mosteiro já teve de ser reedificado – a reedificação ocorreu no ano de 1125 – é porque teria sido construído bastante tempo antes, mas, provavelmente, sem sair do limite inferior da Idade Média (ano de 476). Por outras palavras, em Lustosa, nos tempos medievais, havia sido levantado um mosteiro (dobrado, isto é, para homens e mulheres) que mereceu o cuidado da rainha D. Teresa, conjugue do conde D. Henrique e mãe de D. Afonso I, refere a Corografia, I, 336.´


Em 1258, nas Inquirições de D. Afonso III, do Julgado de Aguiar (e as freguesias do couto de Ferreira), “Domingos do João, prelado da igreja, ajuramentado e interrogado de quem é a igreja, disse que era do cavaleiro fidalgo e dos herdadores, e da apresentação dos mesmos.” Não vem referenciado quem seria o cavaleiro fidalgo, mas, segundo o livro Lousada Antiga, de Augusto Soares de Moura, decerto seria um Ferraz, possivelmente Lourenço Ferraz, que era também o padroeiro da vizinha igreja de Santo Estêvão de Barrosas, ou Martim Ferraz. Porque “estes Ferrazes tinham os padroados de S. Cristóvão de Refóios, Santiago de Lustosa (…)”


As anteriores inquirições revelam já uma freguesia densamente povoada para a época, com uma repartição de propriedades, os chamados casais, que talvez se possa considerar equilibrada, pois tanto o rei, no topo, como os vilãos, no fundo, e a clerezia e a nobreza, no meio, tinham aqui uma quota parte razoável dos casais da paróquia. O Rei estava, de facto, longe de ser o principal dono de terras, uma vez que esse privilégio pertencia à classe eclesiástica.
Na Memória Paroquial de 1758, a igreja tem “cinco altares: o altar-mor onde está colocado o Santíssimo Sacramento, e para a parte do Evangelho tem a igreja o altar de Nossa Senhora do Rosário e o das Almas e, para a parte da Epístola, o altar do Santo Nome e o do Senhora da Agonia feito pelo insigne escultor chamado Barrocas, 
e nesta igreja há raras pinturas feitas por três insignes pintores irmãos (…) oriundos da freguesia de São João das Caldas (…). Tem uma Irmandade das Almas de que é protetor o apóstolo São Tomé, e tem mais a confraria do Nome de Deus, e tem a Confraria do Santíssimo Sacramento e a de Nossa Senhora do Rosário, e também uma de São Sebastião. Tem também uma torre com dois sinos.”


Ainda nesta Memória Paroquial, podemos constatar que a freguesia tem três ermidas, a de “São Roque, que está fora do lugar e pertence a fábrica dela ao abade da freguesia; e tem mais a de S. Mamede, sita no mesmo lugar, e pertence a fábrica dela aos fregueses desta mesma freguesia; e a de São Gonçalo, chamado o Esquecido, que está situada no alto de um pequeno monte, cuja administração pertence ao abade desta freguesia, a cuja ermida pelo discurso do ano vem várias pessoas desta freguesia e dos vizinhos a visitar o dito Santo, e no dia dez de Janeiro concorre muita gente a visitar a dita capela e se faz a sua festa”.


Em 1890, Pinho Leal dá destaque ao facto de que “Nasce nesta freguesia, na serra do Calvelo, um ribeiro, aqui chamado de Béstares. Rega e mói. Desagua no Vizela. Na mesma serra do Calvelo nasce o ribeiro do Mezio, Amezio ou Mezinho que vai desaguar no Sousa.
Em relação ao Património Edificado, a secular Igreja Paroquial de Lustosa está integrada num conjunto arquitetónico de que também fazem parte a Casa da Junta e a Casa da Igreja, na berma da estrada “de Guimarães para Valongo”. 
É uma igreja que remonta ao ano de 1780, mas o corpo da nave é do século XVII e a capela-mor sofreu restauros relativamente recentes. Merece referência especial o recheio interior de talha e estatuária. A primitiva igreja foi a do antigo mosteiro no lugar das Paredes Secas, reedificado pela rainha D. Teresa e que “viria a ser induzido a abadia secular, posteriormente.” Avançando para as capelas, temos a Capela pública de S. Gonçalo e de S. Roque. A de S. Gonçalo sita no alto do monte de S. Gonçalo na antiga zona industrial da pirotecnia local (indústria que é o orgulho desta freguesia). É de difícil acesso, no alto, à antiga e pequena ermida, singela e pobre, à qual foi encostada uma galilé de betão. Já a Capela de S. Roque situa-se no centro da freguesia, muito perto da Igreja Matriz, com uma só nave; frontaria coroada por uma cruz de trevo; entablamento feito por remates em pirâmide. Destaque para o património desaparecido do Mosteiro de D. Teresa, a Capela/Igreja de S. Mamede e a secular Carvalheira.

Por Elisabete Leal